***As crônicas do livro Crônicas de um mundo esquizofrênico, tratam da absurdidade desse mundo, repleto de medos, julgamentos, desejos higienizantes, intolerâncias e incongruências que, dia a dia, são cada vez mais visíveis. Por isso, pensando nos absurdos que nos cercam apresento aqui uma afirmação que ouvi e uma pequena reflexão gerada a partir dela. E fora num belo dia de inverno que ouvi uma senhora dizer: “adoro frio, fico esperando julho, e aquele friozinho gostoso“. Interessante…pois, no mesmo instante, uma mulher que vive nas ruas ouviu esse comentário e disse: “só gosta de frio quem tem cobertor”. Bem, talvez a vida seja feita de escolhas para alguns e para outros não. Escolho sentir frio porque tenho um corpo quente que me aquece, um vinho, ou um cobertor. Mas existem aqueles que não têm nada disso, não tem opções e, outros, que mesmo tendo um vinho e cobertores, escrevem nas madrugadas. Esses, talvez sintam algum tipo de frio, ou sintam algum tipo de incômodo, como a saudade. Pois é! Depois de ouvir os comentários sobre o frio e pensando nos absurdos e no envelhecimento… resolvi escrever algumas crônicas e torná-las públicas. ***