Poderíamos dizer que há fundamentalmente dois tipos de escritores neste livro: os que contam casos curiosos, muito bem articulados, desvendando aspectos mediúnicos da história ou histórias mediúnicas palpitantes, e os que tecem apropriadas meditações sobre temas filosóficos, científicos e morais. Nos primeiros, Herminio já pratica o que ele mesmo recomenda no capítulo de entrada, que é a necessidade de se escrever um livro sobre a mediunidade na história. Já logo neste primeiro caso, o leitor encontrará uma intrigante narrativa, passada na França do século XIX, nos anos em que o jovem Rivail estaria chegando a Paris, vindo de sua estada em Yverdon, com o mestre Pestalozzi. No segundo gênero de textos escritos pelo autor, há reflexões muito pertinentes sobre temas metafísicos e morais, como o que trata de Deus ou o do perdão, mas também vigorosas análises envolvendo a psicologia, a pesquisa da mediunidade e até a bioética. O que ressalta nas obras de Herminio, como sempre, é uma constante seriedade no tratamento das questões, pontuadas com argumentos bem postos, e a sua incrível e permanente atualização. (...) Tudo na história, no cotidiano, na mente, se expande além da dimensão física e restrita do corpo, para se projetar na interexistência. Existimos ao mesmo tempo em várias dimensões do tempo e do espaço. A consciência disso torna a vida muito mais excitante, com sentido mais pleno e propósitos mais nobres. É o que nos deixa entrever Herminio o tempo todo. Nunca é demais demonstrar isso, ainda mais, com uma pena tão precisa e talentosa como a do autor.