A palavra antologia vem do grego e significa coleção de flores. O primeiro uso da palavra relacionado com a publicação de poesia foi feita por Meleagro de Gadara, com uma coleção de poemas, motivado pelo uso corriqueiro de flores pelos poetas da época. Cada poema era uma flor, formando uma guirlanda. Imagine, então, se cada poema for uma pessoa? Esta é uma forma de conhecer os poemas de O primeiro nome, livro de estreia de Adalmo. O livro é dividido em três partes: “dedicatória”, “discurso” e “despedida” e cada poema é acompanhado da inscrição de nomes, sobrenomes, apelidos e substantivos que identificam carinhosamente as pessoas a quem é dedicado. O diálogo está presente nos textos que convocam esses diversos personagens e ligam cada um deles a experiências familiares: “um poema, uma família”. Ou experiências de amizades, como em “japonês”, que conecta um amigo ao ato de sair para comer enquanto colocam o papo em dia: “depois te conto, da próxima vez / que a gente sair / para comer japonês”. O ato de nomear é um ato de coragem. Em O primeiro nome, somos apresentados a diferentes atos de coragem e, no ritmo dos poemas, somos convidados, por meio de uma linguagem leve, a adentrar nas relações pessoais do autor e conhecer alguns personagens que fazem parte de sua vida.