Em seu percurso de vida haverá o período de encantamento do paraíso scoberto, mas virá também o tempo do subterrâneo, acuando e adiando o sonho da reconquista do paraíso perdido. Viveu em constante conflito. Centrou sua crítica à civilização em que desacreditava e que via sob o prisma do ceticismo. Ao longo dos seus 64 anos, Oswald de Andrade pretendeu encontrar a plenitude de seus anseios na idealização de uma sociedade sem complexos e sem restrições. Pensava num mundo que pudesse restituir ao homem um novo sentido, enfeixando o trabalho e a poesia. Escreveu de sua literatura que fabricava "um biscoito fino" e tinha esperanças de que a massa um dia pudesse comê-lo. Suas obras de grande porte encerram a demolição de ranços, preconceitos e dissimulações sociais.