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Poesia de geladeira
Autor: Viviane de Freitas
Editora: Moinhos
Avaliação:
R$ 48,00 á vista
Em até 4 de 12.00 s/juros
Fora de estoqueCódigo: 9788592579258
Categoria: Poesia
Descrição Saiba mais informações
“Poesia de Geladeira” é um soco no estômago. E se você é leitor de tira-gosto ou imaginou poemas com um quê de recadinhos colados à porta esmaltada, se enganou: a poesia aqui se come fria e crua. São poemas de dentro da geladeira, não de fora. Viviane de Freitas estreia na literatura com um livro dedicado aos analfabetos, disléxicos, cegos, dementes, bárbaros, bêbados e gagos, porque, ao que parece, somente eles não ignoram as extremidades, essa camada de gelo que protege e preserva o núcleo da ideia num corpo invadido e sempre em processo de deterioração. Essa destinação diz muito do ponto de partida: o lirismo não sentimental e consciente de que tudo é sacrifício e descrença, tudo é morte e dificuldade, porém de ombros erguidos. Literatura em/de carne viva. Escritura que não se rende ao artifício. Arte. E aí dá pra encarar? Se sim, aviso: venha com mãos de alcançar funduras, porque elas terão de enfrentar poemas que não economizam o olhar direto e afiado às coisas que rodeiam – se se fala de morte, é para esclarecer que “morrer é caro e eu estou sem crédito”; se se fala de poesia, é para encontrá-la “sob o lodo da pia / a poesia / natimorta / gorduras e bacias”. Se é para olhar o outro, é para denunciar a conta sempre inexata que se faz à mesa no poema “quatro”. São poemas que [se] cortam e ficam, em pé, vendo sangrar. Se você ainda está aqui, certamente, tem dentes fortes, de quebrar “rimas agridoces para a fome noturna”. Talvez seja como eu, um leitor de acostamentos. Ou como ela, uma poeta que, contaminada de poesia, diz: “fecho os olhos para a vida que tenho / rastejo em direção à utopia”. Se utopia não, ternura sim, e é isso que faz oscilar a temperatura do congelador: “morrer me seduz / só falta criar coragem de cortar raiz / a poesia puxa a gente pra debaixo da terra / aí a gente fica assim, semeada, sem vontade de largar esse mundo besta”. Meia verdade: o mundo fica menos besta, mais real e palpável, depois desse livro. Mas não se engane, “poesia de geladeira” é, sim, um soco no estômago.E aí dá pra encarar? Geruza Zelnys
Páginas | 152 |
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Data de publicação | 01/12/2017 |
Formato | 21 x 14 x 0.8 |
Largura | 14 |
Comprimento | 21 |
Acabamento | Brochura |
Lombada | 0.8 |
Altura | 0.8 |
Tipo | pbook |
Número da edição | 1 |
Classificações BISAC | POE012000 |
Classificações THEMA | DC |
Idioma | por |
Peso | 0.207 |
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